JOÃO GODEIRO DA SLLVA nasceu no dia 23 de outubro de 1885,
filho de Joaquim Godeiro da Silva e Dona Maria Virgília da Trindade. Estudou as
primeiras letras na então Vila de Patu e apesar de ter revelado, desde a mais
terna idade, uma inteligência penetrante, e muita aplicação às letras, não pede
continuar seus estudos. Muito moço entregou-se às do comércio, colocando-se em
Areia Branca no seu estabelecimento comercial de Monte e Cia, dando então
provas irrefutáveis de capacidade de trabalho, de sua honestidade e de seu
comportamento. Por suas belas qualidades conquistou dentro pouco tempo a
confiança de seus chefes, a amizade e simpatia de seus colegas de trabalho
Por esse tempo foi acometido de terrível dor ciática, rebelde
a todo tratamento. Depois de cruéis sofrimentos e de dolorosas operações, João
Godeiro ficou paralitico, sendo forçado a voltar com grandes dificuldades para
Patu. Os carinhos da família e a salubridade do clima da serra que lhe serviu
de berço fizeram que ele conseguisse algumas melhora, embora continuasse
paralítico. Pôde com grande esforço trabalhar encarregando-se de escrituração
da casa comercial de seu pai. Graças ao seu grande tino comercial a casa teve
grande progresso e satisfatórios lucros. As horas que lhe sobravam de suas
lides, João Godeiro as empregava na leitura de bons livros, conseguindo assim
aumentar os poucos conhecimentos adquiridos na sua infância. Suas atividades
não se restringiram somente em trabalhar pelo desenvolvimento do
estabelecimento comercial do seu pai. Muito se preocupava com o progresso de
Patu. Particularmente com o ensino
Desejoso de melhorar o nível cultural de sua terra, fundou
uma sociedade com o fim de combater o analfabetismo. A sessão inaugural foi muito
solene, contou com a presença de numerosa assistência e com o apoio de todos os
patuenses. Essa associação tinha a finalidade principal de angariar meios para
construção de um Grupo Escolar. Conseguiu levantar empréstimo entre
particulares para a realização de tão notável empreendimento, adquiriu grande
parte de material, não chegando, porém, a concretizar sua elevada ideia por
motivos imprevistos: seu esforço não foi perdido. Alguns anos depois de seu
falecimento. seu irmão Rafael Godeiro da Silva, achando-se à frente do Governo
Municipal de Patu, utilizando-se do material adquirido por ele e conservado
cuidadosamente, construiu o prédio do Grupo Escolar
João Godeiro da Silva possuía nobres sentimentos cristãos.
Compadecia-se muito dos sofrimentos de seus semelhantes nas grandes secas de
1915 e de 1919, prestou grandes serviços à pobreza de sua terra, esforçando-se
por todos os meios ao seu alcance para minorar os padecimentos das vítimas do
flagelo Além da distribuição de auxílios adquiridos por seus esforços, escrevia
a parentes e amigos das referidas vítimas residentes em outros Estados que se
encontravam em boas condições financeiras e desta forma conseguiu saciar a tome
e vestir a nudez de numerosas famílias. Amava extremamente a sua terra e sua gente
e a maior satisfação que experimentava era ser útil aos seus conterrâneos.
Assim tomou-se estimadíssimo de todos os Patuenses. Cercado dos cuidados e
caridades de sua família. faleceu João Godeiro da Silva em Patu no dia 25 de
julho de 1920, sendo sua morte sentidíssima por toda população do município
O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, pelo Decreto no
321, de 28 de fevereiro de 1927, criou p Grupo Escolar de Patu, dando-lhe a
denominação de "João Godeiro". Desta forma seu nome jamais será esquecido
na terra onde ele nasceu viveu e morreu e por cujo progresso muito se esforçou.
Do que para constar e servir a todas as gerações futuras, esta biografia de
João Godeiro, transcrita por Laureniza Godeiro Alves, foi entregue a Wanda
Godeiro Carlos dos Santos, que na época era a Diretora do Colégio. adquirida de
um jornal sem data, muito antigo, que se achava no poder do Sr. Rafael Godeiro
da Silva
(Esta biografia foi copiada do origina! do livro de Ata s/n°
- fls.,i 7v e !8v, arquivado no Grupo Escolar João Godeiro)
Fonte: Do livro “História do Município de Patu”, de autoria
de Petronilo Hemetério Filho, páginas 274 r 275.
FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO